
Mariana Pistoia vence Pré-Olímpico e está classificada para Paris 2024
08 de abril de 2024
Determinada. Está é a palavra que melhor descreve Mariana Pistoia. Ela precisava levar o ouro no Pré-Olímpico das Américas, realizado em São José, na Costa Rica, no último final de semana, e foi exatamente o que ela conquistou. Mariana Pistoia venceu a competição e garantiu mais uma vaga Olímpica para o Brasil no Florete, a terceira. Ela e Guilherme Toldo serão os representantes do Grêmio Náutico União nos jogos de Paris 2024.
"É um sonho que se torna realidade. Estou muito satisfeita e grata por ter conseguido estava vaga. A gente treina a vida inteira, né. Eu faço esgrima desde 2007 e desde que eu entrei na esgrima eu tinha este sonho. Mas acima de tudo, eu tive um ano super intenso. Desde abril de 2023 eu venho jogando uma série de competições e todas elas valiam algo relacionado a esta classificação. Por isso eu tinha que dar sempre o meu máximo. Até esta última, que eu tive que dar meus 100% e estar muito focada mentalmente. Então eu fico muito feliz que conquistei a vaga e agora eu tirei um peso das minhas costas, porque eu queria muito isso e acaba sendo uma pressão que a gente se coloca. Espero que agora eu consiga jogar ainda melhor", disse a unionistas depois garantir a esgrima feminina do GNU em Paris 2024.
Mariana Pistoia obteve três vitórias dos seis duelos que disputou na fase classificatória da competição e avançou com a oitava melhor campanha. Assim, encarou a porto-riquenha Gabriela Padua, nas oitavas de final e venceu por 15 a 11. Ela chegou a estar em desvantagem no placar, perdendo por 10 a 8, mas reverteu e confirmou a vitória.
Na sequência, Mariana jogou contra a jamaicana Yasmin Campbell, melhor colocada na fase de Poules e que já havia derrotado a brasileira por 5 a 0. Mais uma vez Mariana precisou se superar e reverter uma desvantagem depois de estar perdendo por 6 a 2. A virada foi espetacular, fechando por 15 a 9 e garantindo vaga na semifinais.
No jogo que valia vaga na final, Mariana não tinha outra alternativa, senão ganhar, já que somente o ouro importava. Contra a colombiana Tatiana Prieto, a unionista não passou sufoco. Venceu por 15 a 8 e garantiu que o sonhos Olímpico seguisse vivo.
Na grande final, contra a venezuelana Isis Giménez, Pistoia precisou se superar outra vez. Desta vez por conta de uma lesão. Depois do primeiro toque, ela sentiu câimbra na panturrilha. A fisioterapeuta precisou entrar em ação para atender a atleta, que em seguida voltou ainda mais determinada para a pista.
A venezuelana saiu com vantagem. O empate só veio quando o placar já estava 10 a 10, ao final de três rounds de três minutos. Assim, veio o tempo extra e quem tocasse primeiro, iria confirmar a vaga para Paris 2024.
Ambiente tenso, muita pressão e emoção. Mariana Pistoia conseguiu o primeiro toque, mas ele não foi computado. Determinada e com foco total no jogo, Mariana voltou ao ataque e carimbou o passaporte para os Jogos Olímpicos pela primeira vez. O ponto de ouro foi emocionante e comemorado com muitas lágrimas de alegria, junto da equipe que a acompanhou. O técnico unionista, Alexandre Teixeira, estava lá para abraçar a atleta que ele ajudou a formar e que agora vai para a competição mais importante do mundo.
"A final foi sem dúvidas o jogo mais duro de toda a competição. Primeiro porque eu sabia que eu tinha que ganhar e segundo porque eu acabei tendo várias câimbras por conta da adrenalina e do calor que estava lá. Eu já tinha tido câimbra na mão na semifinal e na final tive na panturrilha esquerda. Depois tive nas duas pernas e nos pés. Por isso eu acho que a palavra para definir este jogo foi ’superação’. Se eu tivesse em condições físicas melhores, talvez eu tivesse entregado um jogo melhor. Mas estou muito feliz que em nenhum momento eu desisti, lutei até o final e consegui esta classificação", disse Mariana depois de vencer a venezuelana.
Do Grêmio Náutico União, para Paris 2024. Mariana Pistoia conquistou o ouro e confirmou vaga no florete feminino nos Jogos Olímpicos. Parabéns equipe! Parabéns, Mariana!
Texto: Bruna Marçal Cabrera
Fotos: Costa Rican Fencing Federation / Julian Godoy