
Tributo a Sinatra traz clássicos, personalidade e deixa gostinho de “quero mais” no palco do União
O intérprete Gustavo Bing, junto da orquestra, performou clássicos dos multitalentoso Frank Sinatra
09 de maio de 2025
A segunda edição da 5ª da Cultura deste ano apresentou um resumo marcante da carreira de mais de 60 anos de sucesso de Frank Sinatra, com 560 músicas gravadas e 150 milhões de cópias vendidas, todas interpretadas na voz de Gustavo Bing. O espetáculo “Sinatra 1915 Tribute” reuniu um ambiente descontraído, grandes sucessos e mais de 500 pessoas dançando no Salão de Festas da Sede Alto Petrópolis do Grêmio Náutico União.
Com início às 20h e abertura do salão para os convidados, o público foi se acomodando à espera de canções icônicas como “Fly Me To The Moon”, “That’s Life” e “Strangers In The Night”. O cenário, inspirado na cidade que nunca dorme, contava com decoração especial e iluminação marcante, enquanto o público aproveitava o pré-show para socializar, visitar o bar e se preparar para a apresentação.
Sete anos após sua segunda passagem pelo palco do União em quase uma década de carreira, Gustavo Bing e sua orquestra demonstraram a mesma energia do ícone do jazz. O projeto cultural, promovido pelo Grêmio Náutico União, busca ampliar a programação, diversificar os espetáculos e entregar conteúdo de qualidade ao associado e ao público presente, como destaca o Vice-Presidente Cívico-Cultural, Guilherme Castro:
"Quando fazemos um tributo a Frank Sinatra, um dos maiores artistas de todos os tempos, e vemos o associado prestigiando em peso, com casa cheia, é uma satisfação enorme."
Para o VP, fã do ícone de jazz, a experiência de acompanhar ao vivo o intérprete é um verdadeiro espetáculo:
"Ver o Gustavo representando um artista desse nível, e a gente poder fechar os olhos e quase sentir o Sinatra ali, em um espetáculo de nível nacional, é algo que nos deixa muito felizes."
Foram cerca de 20 músicas em mais de uma hora e vinte minutos de espetáculo, com clássicos de todas as fases do astro do jazz. A abertura já empolgou com “Fly Me To The Moon”, “The Way You Look Tonight” e “I’ve Got You Under My Skin”, levando o público a dançar logo nos primeiros acordes.
No meio do show, Bing reviveu o momento em que Sinatra esteve no Brasil, interpretando “Corcovado” de João Gilberto e “Garota de Ipanema” de Tom Jobim, em versões que Sinatra eternizou no jazz.
"Os arranjos são todos inspirados nas melodias originais do Sinatra, mas nosso maestro, Edu Martins, teve o desafio de incluir traços de bossa nova e MPB, além de transitar por todas as décadas do Sinatra — e não são poucas!", contou Bing.
O casal Francisco e Márcia, associados há mais de 30 anos, fez questão de marcar presença. “Meu marido é superfã do Sinatra, leu a biografia dele, ouvimos as músicas e adoramos dançar juntos”, contou Márcia.
Cláudio, não-associado, mas próximo ao Clube e à família de Gustavo, afirmou ter acompanhado o crescimento do cantor e estava no espetáculo pela terceira vez: “Cada vez eles aprimoram mais: acrescentam músicos, criam novas situações e até trazem outros cantores. Este show está cada vez mais impressionante”, comentou.
Perto do fim da apresentação, Gustavo apresentou sua orquestra e, em um momento especial, puxou um “Parabéns” no melhor estilo Sinatra para o trompetista Renatinho Batista, que comemorava aniversário. Para encerrar, Bing escolheu “You Are the Sunshine of My Life”, mas retornou ao palco atendendo aos pedidos do público para um bis.
No retorno, Gustavo homenageou sua cidade natal com um medley de “New York, New York” e “Porto Alegre é Demais” (de Isabela Fogaça), em inglês. Ainda brincou ao relembrar a versão em inglês que cantou junto de Jair Kobe para “Canto Alegretense”. O encerramento, claro, foi com “New York, New York”, levantando a plateia.
A noite terminou com uma fila para fotos com Gustavo Bing no espaço instagramável, com o letreiro do tributo ao lado do logo do Grêmio Náutico União.
A história de Frank Sinatra
Francis Albert Sinatra (12/12/1915 - 14/05/1998) foi cantor, ator e produtor ítalo-americano, considerado um dos maiores nomes do entretenimento do século XX. Nascido em Hoboken, Nova Jersey, lançou seu primeiro álbum solo The Voice of Frank Sinatra em 1946. Em 60 anos de carreira, gravou mais de 200 álbuns e atuou em cerca de 50 filmes.
Sinatra atingiu o auge já na primeira década de carreira, vendendo mais de 150 milhões de cópias. Em 1980, fez história no Brasil ao gravar com Tom Jobim e lotar o Maracanã com 170 mil pessoas, um recorde registrado no Guinness Book.
Foi o primeiro ganhador do Grammy e acumulou nove troféus ao longo da carreira, além de conquistar um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “A Um Passo da Eternidade” (1953). Sinatra também é um dos poucos artistas com três estrelas na Calçada da Fama.
Sobre Gustavo Bing
Nascido em 1998, ano da morte de Sinatra, Gustavo cresceu próximo ao Grêmio Náutico União devido à ligação familiar com o Clube. Desde pequeno demonstrava aptidão para a música, cantarolando melodias sem nem saber seus nomes. Sua trajetória musical começou com uma banda de rock, algo que ele chama de “fase rebelde”. “Até hoje sou rockeiro, amo rock e é o que mais ouço em casa, apesar de gostar de tudo um pouco”, diz.
Em 2016, foi descoberto por Sammy Cassali, baixista e diretor musical do projeto, que identificou a semelhança vocal com Sinatra. Desde então, o projeto cresceu: de banda, transformou-se em uma orquestra com 16 músicos. Gustavo também compartilhou a experiência de “viver Sinatra”: “Tivemos a chance de fazer uma imersão nos EUA, visitamos o estúdio Capitol, onde Sinatra começou sua carreira, e outros lugares marcantes de sua vida”.
Para interpretar Sinatra com fidelidade, Bing mergulhou em estudos sobre a história e a musicalidade do ícone, acumulando materiais originais exibidos na entrada do salão. Confira algumas fotos abaixo:
Texto: Matheus Müller
Fotos: João Mattos